Você é uma daquelas pessoas que
entrou no curso de Design por achar a grade de matérias atraente, mas não faz
ou fazia ideia de como será sua carreira profissional no futuro? Manja de
estudo da forma e até gosta da aula de marketing, mas é um zero à esquerda para
desenhar? Ou manda muito bem nos projetos mas acha que seu mock-up é péssimo?
Você não está só!
Por semestres a fio, me perguntei
o que estava fazendo na facul de Design, já que sempre gostei de desenhar mas meus
renderings ficavam fora do ponto de fuga às vezes; já que adoro pesquisar, mas
a oficina nunca foi meu forte. Quando era caloura, trabalhava na área administrativa,
e dizia que meu futuro não era esse, mas também enxergava minha carreira de
designer de forma embaçada. Foi aí que, depois de um tempo, comecei a trabalhar
em uma web agência de comunicação, e me apaixonei por marketing, publicidade,
redação e internet. Aí a maioria das pessoas, nessa altura da história,
perguntam: “você nem trabalha na área então?”
Há três conceitos que quero dividir com vocês: projeto, produto e
interdisciplinaridade. O primeiro e o segundo formam a ênfase do nosso curso, mas
não se limitam à concepção de um novo “objeto”. Saber executar um projeto,
elencando as necessidades do público, conhecendo o mercado, gerando
alternativas e propondo novas soluções, é uma habilidade indispensável em
qualquer área profissional! É isso
mesmo: suas pranchas seguindo os tópicos de Gui Bonsiepe podem trazer uma
compreensão que te permita participar da construção da identidade visual de uma
marca, de um projeto arquitetônico, da iniciação de uma campanha publicitária e
até do planejamento para abrir um novo negócio de advocacia, administração ou
sei lá. Projeto exige estratégia, pesquisa, criatividade e jogo de cintura,
qualidades que você desenvolve nesses quatro anos e meio sem sequer se dar
conta. Design é exatamente isso! Você pode criar uma cadeira ou traçar
estratégias de marketing: o princípio do Design é justamente esse processo de
concepção.
O segundo conceito é o de
produto. Eu e você concordamos que o mobiliário é muito focado durante o curso,
assim como outros objetos utilitários e tangíveis, isto é, que se podem tocar,
sentir. O fato é que produto pode ser um site, um aplicativo, um treinamento,
um plano estratégico e qualquer outro serviço, não necessariamente criado a
partir de um estudo volumétrico. O produto pode ser um bem tangível (vestuário,
mobiliário, eletroeletrônicos), mas também contempla a ideia da
intangibilidade. E aí você já começa a imaginar a pira da
interdisciplinaridade, não?!
Para resumir a história que já
ficou extensa, e que não é sobre mim, mas sobre o Design, me apaixonei por essa
área quando descobri que todas as coisas que eu curtia tinham a ver com o curso. O Design está em um novo layout de
blog, na forma como você tece um texto, em uma pesquisa bem embasada, na
construção de uma ação promocional, nas lentes do fotógrafo e nas imagens que
ele capta, na organização das suas atividades na empresa. Hoje eu tenho certeza de que não terei um diploma para bonito se
continuar trabalhando “na minha área”, e que até mesmo minha aversão à área
adminstrativa estava equivocada, já que muitos administradores recém formados
estão se especializando em “Gerenciamento de projetos” (vou fazer um post
especialmente sobre esse curso que é muito amô).
E aí essa conversa toda é pra
dizer que, como diz uma crença indiana, você está exatamente onde deveria. Supere
sua péssima coordenação motora, desenhe as florzinhas para o rapport de
superfícies, dê uma chance para a geometria do desenho técnico, dê um jeito de
deixar seu mock-up compreensível mesmo que ele não seja perfeito, não se feche
para a aula de legislação e nem pense em deixar de ir à Semana Acadêmia para ir
à Oktober. Pare de ser mimizento como eu já fui, e se renda de vez a esta
belezura que é o Design, e deixe que as experiências te ensinem a aplicá-lo no
dia-a-dia. Dói menos do que desistir, prometo.
(Sobre a Semana Acadêmica aqui)